Em reunião do Conselho Consultivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com representantes das operadoras de telefonia, ocorrida na última sexta-feira, 22, foi levantada a possibilidade da banda larga se tornar um serviço público no Brasil, para que haja um melhor controle da qualidade e do atendimento.
Hoje, a  banda larga é regulamentada como um Serviço de Comunicação Multimídia  (SCM), ou seja, como serviço privado. Esta semana, a indicada pelo governo para  compor o Conselho Diretor da Anatel, Emília Ribeiro, defendeu que a banda larga  passe a ser um serviço público no país.
O presidente  da Oi, Luís Eduardo Falco, criticou a idéia e lembrou que já existe uma previsão  para que a banda larga chegue a todas as redes  municipais até 2010. “Não vejo nenhuma vantagem no regime público, normalmente  ele tende a engessar algumas dinâmicas de mercado que já estão colocadas e já  têm data para acontecer”, afirmou. 
O presidente  da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, lembrou a alta carga tributária do  setor de telefonia e disse que é preciso ter cuidado para que isso não aconteça  também na banda larga. 
“Antes que  os estados se acostumem com essa nova receita, a gente deveria fazer alguma  coisa para impedir que novamente se crie uma situação que depois seja imutável”,  alertou. Ele disse que 70% do faturamento da Brasil Telecom ainda é baseado na  telefonia fixa e garantiu que as empresas privadas já têm o compromisso de  garantir a qualidade do serviço.
A  preocupação com os impostos sobre a banda larga também foi manifestada pelo  presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente. “Todos nós devemos lutar para  que os serviços que estão nascendo não se coloquem no mercado com uma carga  tributária desproporcional”, disse.
Para ele, as  concessionárias de telefonia cumpriram a maioria dos objetivos previstos com a  privatização do setor. “Eu sou da época em que a gente colocava o telefone na  declaração do Imposto de Renda”, lembra.
O presidente  do Conselho Consultivo da Anatel, Vilson Vedana, que representa a Câmara dos  Deputados, disse que a banda larga é o serviço do futuro, desejado pela  sociedade. “Qualquer garoto de 17 anos quer ter computador em casa ligado à  internet. Telefone é bom, vai ser importantíssimo no futuro, mas talvez dentro  do tráfego de dados da rede, ele venha a representar 10%, 5% ou 1%”,  afirmou.



  


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